ATA DA VIGÉSIMA SEGUNDA SESSÃO SOLENE DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 07-8-2001.

 


Aos sete dias do mês de agosto do ano dois mil e um reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezenove horas e dezenove minutos, constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada à homenagear o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, pela conquista da Copa do Brasil, nos termos do Requerimento nº 167/01 (Processo nº 2070/01), de autoria do Vereador Reginaldo Pujol. Compuseram a MESA: o Vereador Fernando Záchia, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor Marco Maia, Secretário Estadual da Administração e dos Recursos Humanos, representante do Senhor Governador do Estado do Rio Grande do Sul; o Deputado Estadual Germano Bonow, representante da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul; a Senhora Leda Argemi, Secretária Municipal de Esportes em substituição, representante do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; os Senhores José Alberto Guerreiro e Oly Érico da Costa Facchin, respectivamente Presidente e Presidente do Conselho Deliberativo do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense; o Vereador Reginaldo Pujol, na ocasião, Secretário “ad hoc”. A seguir, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, ouvirem a execução do Hino Nacional, interpretado pela cantora Fátima Gimenez e, em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador Reginaldo Pujol, em nome das Bancadas do PFL, PMDB e PL, discursou sobre os motivos que levaram Sua Excelência a propor a presente homenagem, ressaltando os valores técnico-profissionais que caracterizaram o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense no decorrer de sua História e parabenizando o referido clube pela vitória na Copa do Brasil do corrente ano. Na ocasião, o Vereador Reginaldo Pujol, juntamente com o Senhor Presidente, procedeu à entrega do título de Desportista Emérito e Líder Esportivo ao Senhor César da Rocha Lopes. Após, o Senhor Presidente registrou a presença dos ex-jogadores Joãozinho, Raul e Alcindo, do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense. A seguir, foi dada continuidade aos pronunciamentos dos Senhores Vereadores. O Vereador João Bosco Vaz, em nome da Bancada do PDT, externou sua satisfação em participar da presente Sessão, afirmando que o reconhecimento do trabalho desenvolvido pelo Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense ao longo do tempo não limita-se a este Legislativo, mas traduz o sentimento da população gaúcha. Também, cumprimentou os dirigentes e atletas pela conquista da Copa do Brasil. O Vereador Juarez Pinheiro, em nome da Bancada do PT, saudou os integrantes do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, lembrando momentos importantes na trajetória do clube desde a sua fundação e salientando as diversas competições em que a equipe se sagrou vitoriosa, especialmente em Tóquio, com a conquista da Taça Mundial Interclubes. O Vereador João Antonio Dib, em nome da Bancada do PPB, felicitou a liderança do Senhor José Alberto Guerreiro na condução administrativa do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense e afirmou que a grandeza desse clube se expressa através do tamanho de sua torcida. Também, louvou a iniciativa do Vereador Reginaldo Pujol em propor esta solenidade. O Vereador Haroldo de Souza enalteceu as campanhas vitoriosas do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense ao longo de sua existência, exaltando o clube pela conquista da Taça Mundial Interclubes. Nesse sentido, ressaltou as condições técnicas e profissionais do Grêmio para ser bicampeão do mundo e parabenizou o Vereador Reginaldo Pujol pela justeza dessa homenagem. O Vereador Carlos Alberto Garcia discursou a respeito da realização dessa homenagem, lembrando personalidades importantes que influenciaram na formação do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense. Também, salientou o trabalho desenvolvido pelo Senhor Adenor Bache - Tite - na condução técnica da conquista do Tetra campeonato da Copa do Brasil pelo clube. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor José Alberto Guerreiro, que agradeceu a homenagem hoje prestada por este Legislativo ao Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, por ocasião da conquista da Copa do Brasil do corrente ano. Após, o Senhor Presidente convidou os presentes para, em pé, ouvirem as execuções do Hinos do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense e Rio-Grandense, interpretados pela cantora Fátima Gimenez e, nada mais havendo a tratar, agradeceu a presença de todos e declarou encerrados os trabalhos às vinte horas e trinta e sete minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Fernando Záchia e secretariados pelo Vereador Reginaldo Pujol, como Secretário "ad hoc". Do que eu, Reginaldo Pujol, Secretário "ad hoc", determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pela Senhora 1ª Secretária e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Estão abertos os trabalhos da presente Sessão Solene, destinada a homenagear o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense pela conquista da Copa do Brasil. Convidamos para compor a Mesa: o Sr. José Alberto Guerreiro, Presidente do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense; a Sr.ª Leda Argemi, Secretária Municipal de Esportes, substituta, neste ato representando a Prefeitura Municipal de Porto Alegre; o Sr. Marco Maia, Secretário Estadual de Administração e Recursos Humanos, neste ato representando o Sr. Governador do Estado; o Sr. Oly Érico da Costa Facchin, Presidente do Conselho Deliberativo do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense; o Deputado Estadual Germano Bonow.

Convidamos todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional, interpretado pela cantora Fátima Gimenez.

 

(A cantora Fátima Gimenez interpreta o Hino Nacional.)

 

Cumprimentamos o Ver. Reginaldo Pujol pela iniciativa, aprovada por unanimidade na Casa, em homenagear o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense pela conquista da Copa do Brasil, que, sem dúvida alguma, honrou as tradições históricas do futebol gaúcho e da Cidade de Porto Alegre, cumprimentando os seus dirigentes, queridos amigos, o Presidente Guerreiro e seu Vice-Presidente de Futebol, Sr. Otávio Germano; em especial o treinador, um dos grandes responsáveis, talvez o maior responsável por essa conquista, o Tite; os seus atletas aqui presentes, na figura do seu capitão, Zinho; os seus funcionários; os seus dirigentes; os seus conselheiros, que homenageio na figura do Zélio Hocsman, e todos os gremistas, que, sem dúvida alguma, têm todas as razões e motivos para orgulhar-se da tradição e da história que esse Clube representa. Também constitui-se este momento numa oportunidade para nós, porto-alegrenses e gaúchos, de constatarmos, com uma certa tristeza, o insucesso do meu clube. Mas, sem dúvida alguma, Ver. Pujol, V. Ex.ª faz muito bem em homenagear esse time que tem representado muito bem o Rio Grande do Sul. (Palmas.)

O Ver. Reginaldo Pujol, proponente desta Sessão Solene, gremista e Conselheiro do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, está com a palavra. Falará pelas Bancadas do PFL, do PMDB e do PL.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Ex.mo Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Ver. Fernando Záchia, Sr.as e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) É com redobrada alegria que eu vejo esta Casa reunir-se no dia de hoje para prestar as homenagens merecidas ao nosso Grêmio, ao Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense.

Diante de tantas expressões do nosso clube, desde os seus ex-Presidentes, muito bem representados pela figura do Dr. José Otávio, do Pegoraro, do Vallandro e desse grande Vice-Presidente, médico, que é a minha extensão dentro do Grêmio - e ele sabe por que eu digo isso -, diante de todos vocês, quero fazer uma confissão inicial, por justiça. Eu quero agradecer a três colegas Vereadores com assento aqui nesta Casa: Ver. João Bosco Vaz, Ver. Juarez Pinheiro e Ver. Haroldo de Souza. Três Vereadores que tiveram junto comigo a idéia de homenagear o Grêmio pelo tetracampeonato da Copa Brasil. Consideraram que o Ver. João Dib e eu, além de gremistas, somos Conselheiros do Grêmio, e me permitiram as suas renúncias para que o meu desejo se realizasse e nós pudéssemos ter concertado com a Direção do Grêmio para, hoje, estarmos aqui com a nossa Casa tomada de pessoas do Grêmio e de esportistas em geral para assinalar esse feito que caracteriza o Grêmio neste milênio.

Feito esse para o qual contribuiu de forma decisiva essa figura nova na vida do nosso Clube, já devidamente enfatizado pelo nosso Presidente, e que foi, fora de qualquer dúvida, o fator novo que o Grêmio 2001 apresentou, o Tite, o Adenor Bachi, nosso Coordenador-Técnico, a quem tive a oportunidade, ainda no vestiário, de convidar pessoalmente para estar aqui presente, e que muito me honra com a sua presença, porque permite que todos nós, gremistas, lhe façamos justiça, transformando-o em símbolo da homenagem que hoje a Cidade de Porto Alegre presta ao Clube que o senhor coordena tecnicamente, pelos feitos esportivos recentes que estão a lhe consagrar mais ainda na história do desporto brasileiro. É que, sem dúvida nenhuma, há uma consciência muito grande por trás da vitória do Grêmio, esse Grêmio que tem esse exemplar atleta, seu capitão, o Zinho. Nesse Grêmio que tem na sua última retaguarda, na sua meta, o Danrlei. Nesse Grêmio que ressuscitou no Olímpico, nessa copa, com aquele maravilhoso gol do Luís Mário. Esse Grêmio da dedicação do Anderson, nesse Grêmio das vitórias existe muita solidariedade, muita humildade e, sobretudo, muito profissionalismo por parte daqueles que, envergando a jaqueta do Grêmio, entenderam o que o Grêmio é no Rio Grande do Sul, e o Tite, e o Anderson e o Mário, que não são gaúchos, puderam entender aquilo que o Danrlei já sabia há mais tempo, ou seja, que ser gremista é uma situação muito difícil de ser explicada. Nem mesmo a sabedoria do Dr. Fernando Kroeff, quando disse que ser gremista era um estado de espírito, conseguiu explicar adequadamente o que é essa história de ser gremista. Essa história que faz um homem como o Dr. Artur Bachini, em idade avançada, adiantada, às vezes, comparecer em tardes frias e noites frias torcendo pelo seu Clube, torcendo pelas suas cores. Esse Grêmio, do décimo, esse Grêmio do Dênis, do Zélio, esse Grêmio do Vernei, esse Grêmio de todos nós, Suzana, esse Grêmio é uma coisa que não conseguimos explicar. E parece que o nosso Tite teve a varinha mágica de despertar, com esses valores que sempre caracterizaram a vida do Grêmio, desde o Aurélio Py até os tempos de hoje. Porque é certo que sem o Tite não teríamos conseguido esse êxito, sem os atletas que, dedicadamente, foram vencendo os obstáculos, nós não haveríamos de ter festejado essa vitória.

Mas ninguém consegue ter um Tite dirigindo o seu plantel, ninguém consegue ter atletas da índole desse que estamos a homenagear, se atrás dele não existir uma estrutura, uma estrutura que, no caso, para o meu orgulho pessoal, é dirigida por meus amigos, especialmente pelo meu grande amigo Guerreiro, o grande Presidente do nosso Clube, que soube recrutar companheiros de jornada como o José Otávio, o Dênis, o Vallandro; que contou com a Adiles, solidária a toda hora, ela e toda a família; que mexeu com os brios e fez com que muitos de nós viajássemos por este Brasil afora para estar solidários com eles, no convencimento de que o Tite encontrou no Estádio Olímpico o clima favorável para desenvolver a sua competência profissional, que, hoje, felizmente, passa a ser reconhecida em todos os quadrantes do território brasileiro. Vou assegurar, Joãozinho, que, dentro em breve, o mundo vai reconhecer os valores do Tite, porque a permanecer esse clima de solidariedade recíproca, de responsabilidade mútua, de futebol e, sobretudo, de responsabilidade, que caracteriza as atuações do Clube, nós haveremos de festejar muitos outros feitos, e iremos varar as barreiras do território nacional para voltarmos à alegria daqueles que, como eu, vivenciaram aquele grande feito da vitória de Tóquio, que é a grande e inolvidável marca do nosso Grêmio. (Palmas.)

Eu sou muito feliz no dia de hoje, porque muitas das coisas em que acredito se realizam. Eu não pensava que, um dia, conversando com o Guerreiro e com o Azambuja, sentados lá no Copacabana, nós pudéssemos fazer – nós, que éramos da ala louca do Grêmio - as primeiras modelagens para esse Grêmio vitorioso que hoje vemos. É claro que houve obstáculos e, às vezes, até alguns equívocos, mas a capacidade de renovar, o desejo de servir ao Clube e, sobretudo, o entusiasmo contagiante que essa nação tricolor passa a todos que se vinculam a esse Clube, nos faz ser hoje um homem eufórico e de bem com a vida.

Vejo aqui a minha mulher, daqui a pouco verei meus filhos, todos gremistas, como eu, todos felizes, como eu, porque o nosso Clube vive hoje um dos seus melhores momentos. E nós haveremos de continuar a viver esses bons momentos, porque, certamente, a nossa unidade, essa unidade que faz o Grêmio cada vez mais forte, este Grêmio que briga internamente, mas que, para o domínio externo, sempre é solidário e sempre unido, haverá de continuar sob o comando do Guerreiro, do nosso grande diretor técnico, dos nossos belos atletas que aqui estão presentes, algum dos quais, como o meu querido Tinga, que não esta aqui, porque está a servir a Seleção Brasileira. Com todos eles, nós vamos ter outras glórias.

Sei, Presidente, que o meu tempo se esgotou e peço vênia para uma tolerância, porque no dia de hoje, além de homenagearmos o Grêmio, queremos homenagear também as raízes do Grêmio. Esse Grêmio do qual eu falei é composto de vários elementos, desde o Krieger, que trabalha na diretoria administrativa, ao Dudu, ao Getúlio, a Ana, todo esse povo que trabalha no Grêmio, há alguns que ficam mais anônimos ainda e que são importantes. E, entre esses anônimos, há um que eu penso que representa esse espírito gremista, que estou a saudar nesta hora. Há um que simboliza e que explica de certa forma essa coisa diferente que é ser gremista e ser comprometida com a nação tricolor. Estou-me referindo ao César da Rocha Lopes, o nosso Rochinha. O Rochinha que me permitiu uma das mais inspiradas atividades nesta Casa. Junto com alguns gremistas, no ano passado, preparamos e obtivemos desta Casa a aprovação de um projeto nosso, que será entregue no dia de hoje, concedendo-lhe o Título de Desportista Emérito e de Líder Esportivo. Isso nós fazíamos, porque ele, há vinte anos, ali na escolinha do Grêmio, vem lançando aquelas sementes contínuas que nos geram os “Danrleis”, os “Eduardos Costa”, os “Tingas” e tantos outros valores que o nosso Clube projetou para o esporte brasileiro e mundial. Mas o Rocha, que é símbolo dessa coisa toda que eu falei, queremos vê-lo homenageado em especial, para a história desta Casa e para a história deste Clube.

Por isso, Sr. Presidente, eu pedi essa tolerância, para que V. Ex.ª me permitisse que eu pudesse, nesta hora, entregar ao Rocha ou que V. Ex.ª, grande desportista que é, que nos auxiliou sobremaneira na realização desta festividade tricolor, ainda que possa, como confessou, desejar, no fundo, que isso pudesse ocorrer com o seu clube, eu almejo sinceramente que um dia possa vir acontecer, não seremos nós que iremos obstar que o senhor seja um dia feliz, ainda que nós iremos continuar prosseguindo a felicidade - eu peço que V. Ex.ª, junto comigo, entregue para esse símbolo do gremismo, da dedicação, da solidariedade tricolor e do engajamento na atividade clubista, por amor à camiseta e muito amor àquele Clube, no exemplo do amor tricolor e do trabalho diuturno permanente que inúmeras pessoas fazem anonimamente no nosso Clube, que é o Rochinha, o César da Rocha Lopes, pedindo que ele compareça até esta tribuna para receber o Título de Líder Esportista e de Desportista Emérito.

(Procede-se à entrega do Título ao Sr. César da Rocha Lopes.) (Palmas.)

 

Presidente, tenho dito. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): A história do Grêmio é repleta de alegrias também com a participação do Joãozinho, do Raul e do Alcindo, ex-atletas que muito contribuíram para a grandeza desse Clube.

O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra e falará em nome do PDT.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) A minha vida profissional de jornalista esportivo, ela se mistura um pouco com esta trajetória vitoriosa do Grêmio de 1981 para cá. Cheguei ao Estádio Olímpico como setorista do Grêmio para a RBS TV e, de lá para cá, tenho assistido a grandes vitórias, Campeonato Brasileiro de 81, Campeonato Mundial, Libertadores, todos esses títulos que nós conhecemos. Tenho convivido com grandes dirigentes, com grandes jogadores, com grandes homens que fazem esta grandeza do Grêmio e que agora chega ao seu Tetra Campeonato comandado pelo José Alberto Guerreiro. E, quando realizamos uma homenagem como esta, que não é uma homenagem apenas do Ver. Reginaldo Pujol, da Câmara de Vereadores, da Prefeitura, mas é o resgate da Cidade de Porto Alegre, por tudo aquilo que o Grêmio representa de paixão, é preciso que, neste momento, também, possamos buscar no fundo da alma e lembrarmos de nomes importantes que ajudaram a fazer esta grandeza do Grêmio, hoje, multicampeão, o patrono, Fernando Kroeff, os Presidentes Fábio Koff, Flávio Obino, Hélio Dourado, Rafael Bandeira, o Cacá, o Dr. Facchin, seu Petry, seu Galia, o Deputado Paulo Odone, pessoas com quem convivi no dia-a-dia, e pessoas com quem sempre tirei alguma coisa para este convívio diário do jornalista com os dirigentes, com os jogadores.

Vejo o Zinho, o Anderson, o Luís Mário, o Danrlei, e, como o Presidente Záchia falou há pouco, é impossível também esquecer de outros grandes nomes, que fizeram as grandes vitórias, o João Severiano, nosso sempre Vereador, o Raul, que hoje toma conta do time de veteranos do Grêmio, o grande Alcindo, quando discutimos Seleção Brasileira, o Alcindo da Copa de 66 lá representando o Grêmio, e quando falo nesta homenagem, eu muitas vezes, fico pensando que o Tite tem plena razão, quando fala em coração, de alegria, de simplicidade para que as pessoas possam trabalhar. Nós, na nossa atividade, cada um de nós na sua atividade, vocês na atividade de vocês, sei o quanto é difícil separar a razão da paixão. Se perguntarem ao Presidente Guerreiro, ele, como torcedor, e na paixão que ele tem, Tite, vai dizer: eu não posso vender o Marcelinho Paraíba! Eu não posso vender o Eduardo Costa! Essa é a paixão do torcedor e ele é o torcedor. Agora, tem a razão do dirigente, Zé Otávio, a razão que não quer vender, mas que não se cala dentro do coração e da alma, porque o Grêmio tem os seus compromissos. O Grêmio é muito grande. O Grêmio é maior que centenas de municípios, nossos, do Rio Grande do Sul. Então o Grêmio precisa ser administrado com responsabilidade. Eu acho, tenho quase a certeza, Presidente Guerreiro, que nos momentos de crise - como diz o Branco, que foi lateral da Seleção Brasileira, em uma frase simplista, Zinho, e você sabe bem “o futebol é assim, é que nem viaduto, uma vez está por cima e outra vez está por baixo”. Quantas e quantas vezes, Presidente Guerreiro, o senhor não teve saudade do Praiano? Quantas e quantas vezes não teve saudade da Copa da Amizade, pois lá não tinha tanta responsabilidade. E, naquele tempo, o senhor, como um ponta-esquerda recuado, já batia no time do Fernando Záchia, que era o lateral-direito, e continua batendo hoje.

Então, minhas amigas e meus amigos, neste momento de extrema sensibilidade do Ver. Reginaldo Pujol, deixo aqui o meu abraço, a minha compreensão de jornalista esportivo, a compreensão que vocês atletas, técnicos e dirigentes têm também de nos suportar, porque, muitas vezes, nós pensamos que temos o poder na mão, porque temos uma arma, que é o microfone. E essa arma não pode ser usada para o mal, tem que ser usada sempre para o bem. E, para completar, Rochinha, um grande abraço do fundo do coração, tu mereces está homenagem, conheço o teu trabalho, acompanho o teu dia-a-dia e sei que, muitas vezes, deixas o convívio da tua família, da tua mulher, dos teus filhos e netos para te doar ao Grêmio de coração e gratuitamente. Parabéns a todos. Saudações. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Ver. João Bosco Vaz, para se fazer justiça com a história, ambos somos dois maus jogadores, mas iniciávamos ali como dois dedicados dirigentes. É importante que se registre.

O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra pela Bancada do PT.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Hoje é um momento de grande emoção para esta Casa. Para que os senhores tenham noção, hoje não precisamos escalar os funcionários - quem faz escala em hospital, como o Dr. Valandro, sabe que é uma coisa meio complicada -, pois hoje as pessoas pediram para ser escaladas. Nós estamos aqui com a Diretora Legislativa, a nossa taquígrafa - houve uma disputa na Taquigrafia para fazer as notas taquigráficas desta Sessão - estão aqui com a nossa camiseta para mostrar o sentimento desta Casa, a emoção que nos toma conta. É um momento de grande emoção para mim por ter a honra de estar aqui e saudar mais esta conquista. Não estamos aqui tratando de um clube qualquer. Nós vivemos no País do futebol que, se, momentaneamente, passa por algumas dificuldades, com as orientações que o Tite deu para o Felipão, com certeza vamos-nos classificar para o mundial e vamos recuperar essa glória. E, neste País, no País do futebol, nós, o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense é o time mais laureado. Nós somos quatro vezes campeões da Copa do Brasil, duas vezes campeões do Brasileiro, duas vezes campeões da Taça Libertadores e Campeão do Mundo. Quem pode esquecer, aqui, Presidente Oli Facchin, aquele início com Baltazar “matando” no peito e colocando na “gaveta”, no Morumbi, em São Paulo em 1981; quem pode esquecer daquele gol maravilhoso? Quem pode esquecer, por exemplo, em 1989, da vitória contra o Esporte? O gol do Nildo, contra o Fortaleza? Aquele empate contra o Flamengo, com o jogo realizado em São Paulo, que nos levou a mais uma conquista! Quem pode esquecer dessa última conquista? Quem pode esquecer alguns momentos, por exemplo, os mais velhos, Presidente Facchin, Guerreiro e tantos outros, do Juarez, o “Tanque”, quando nós perdemos o pentacampeonato, em 1961, e nós viramos aquele jogo de 2 x 0 em 3 x 2, com 3 golos, de cabeça, do Juarez? Quem pode esquecer, por exemplo, o time de 1968, com o Oberdan, o Vilson Tadei – o time de 1978, perdoe Joãozinho, porque o time de 1968 era Altemir, Áureo e Ortunho, Cléo e Sérgio Lopes, Babá, Joãozinho, Alcindo e Volmir e foi esse o time que buscou o hexacampeonato lá em Pelotas, naquele 1 x 1, Presidente Facchin, com aquela esticada com o auxílio do Sérgio Lopes, e que o Alcindo empatou aquele jogo em Pelotas. Foi a última manifestação mais severa que eu ganhei de meu pai, porque fizemos um carnaval na Av. Borges de Medeiros, noite a dentro.

Quem pode esquecer, Danrlei, daquela vitória contra o Penharol em 2 x 1, quando sofríamos aquele 1 x 1, e o Renato levantou aquela bola na linha de fundo e o César - que já quiseram até dizer que ele tinha morrido, o César está muito vivo, ele simboliza também as nossas alegrias, as nossas emoções – e fizemos aquele 2 x 1 maravilhoso. Eu falo no Danrlei - e está aqui o Anderson, o Luiz Mário, o capitão Zinho, porque o Danrlei tem participado de todas essas conquistas, ele esteve aqui sendo homenageado na Câmara de Vereadores.

Quem pode esquecer da conquista, em Tóquio, daquela vitória, daqueles golos, pela direita, do Renato. Mas nós estamos lembrando aqui de todos e eu quero lembrar do Tio Bitenca – que Deus o tenha -; eu quero lembrar de Fernando Kroeff, do nosso Patrono; eu quero lembrar do Petry, quero lembrar do Cacalo, quero lembrar dos nossos atuais dirigentes, do Presidente Guerreiro. Nós agora temos um representante aqui do Conselho, do Ver. Reginaldo Pujol, a quem homenageio neste momento por sua iniciativa, ele tinha toda a legitimidade, pelo seu gremismo, de ser hoje o proponente desta iniciativa.

Para concluir, Sr. Presidente, quero lembrar aqui de atletas, já citei o Alcindo e quero lembrar de alguns, como o Aírton, Ortunho, Wilson Tadei, Loivo, como Volmir que deu aquele banho de bola no Djalma Santos, na vitória de 5 x 2 contra o Palmeiras. Quem pode esquecer? Cito o Tite, porque ele nos deu essa idéia do coletivo. Neste momento de dificuldade por que passa a Nação brasileira, junto com a Direção, junto com Conselho, ele é uma verdadeira usina de emoções e alegria.

Presidente Guerreiro, estou um pouco confuso atualmente, confesso-lhe, porque as nossas vitórias sempre foram muito sofridas. Por exemplo, na Colômbia, quando fomos campeões da Taça Libertadores, aqui para ganhar do Penharol, foi naquele 2X1, onde o André Catimba deu aquela cambalhota, e nós terminamos com aquela sessão de vitórias do time do Presidente Fernando Záchia. Agora nós estamos com uma situação nova. O Zinho faz aquele gol em São Paulo, nós ainda não estamos acostumados a ganhar com facilidade. Tite, tu me trazes uma confusão, mas ela é boa.

Hoje, nós estamos aqui homenageando o maior clube de futebol deste País, uma instituição. Parabenizo a direção que nos resgata, Dr. Valandro, Deputado Germano, toda a equipe, já saudei a dona Adiles. Acredito que, um dia, ela terá chance de ser direção, porque o Grêmio poderá inovar, já ocorreu isso no Corinthians, é possível no Rio Grande do Sul. Eu lanço a candidatura da dona Adiles para Presidente do Grêmio Foot-Ball Porto-alegrense. Viva o Grêmio! Longa vida ao Grêmio! Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra em falará em nome do PPB.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu devo ser breve, por isso vou começar a fazer as homenagens que pretendo. Em primeiro lugar, eu vou homenagear o nosso Presidente pela sua elegância desportiva de presidir esta Sessão... (palmas) tendo os dois Vice-Presidentes presentes. Saúdo as autoridades da Mesa, saúdo os atletas, os gremistas como eu. E volto a homenagear o José Alberto Guerreiro, nosso Presidente, tetracampeão da Copa do Brasil. Saúdo o meu querido José Otávio Germano, o Luís Eurico Vallandro, que ajudaram o nosso Presidente a alcançar mais uma vitória para o extraordinário Grêmio. Saúdo Oly Facchin, Presidente do Conselho Deliberativo, a quem muito devemos e que também já presidiu o Grêmio com muito sucesso.

Foi dito aqui que ser gremista é um estado de espírito. Eu cheguei em Porto Alegre adolescente, o Internacional fazia uma seqüência de vitórias e chegou ao hexacampeonato em 45. Receberam anel de doutores em futebol. E eu que vinha de Caxias, do Grêmio Esportivo Flamengo, resolvi ser do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense. E nunca me arrependi! Aquele rolo compressor parecia que levava tudo pela frente. Mas, foi verificado, numa campanha, quem tinha a maior torcida, e, surpreendentemente, ganhou o Grêmio. E continua ganhando até hoje. Pouco depois, foram escolher o melhor dos craques, e ganhou o Tesourinha, porque era do Grêmio. E aí fomos alcançando vitórias, vitórias e mais vitórias. Mas a torcida do Grêmio sempre aumentou, sempre teve muito entusiasmo, talvez fosse o tal de estado de espírito.

Eu preciso homenagear as mulheres gremistas e o faço na figura da dona Adiles Amorim Guerreiro. Preciso homenagear o Rochinha, que é o comandante da nossa escola – e as crianças estão ali, para dizer que teremos outros craques amanhã, de dentro da nossa casa. Eu preciso homenagear o Tite e os atletas, que fizeram as conquistas do Grêmio agora, mas os atletas que ontem também conquistaram glórias imensas para o nosso Grêmio. E o Tite veio lá do meu Grêmio Esportivo Flamengo, de criança, que hoje é o Caxias. Saúdo-o e espero que continue nos levando a muito mais vitórias com esses atletas valorosos que o Grêmio tem.

Saúdo o Ver. Reginaldo Pujol também pela sua iniciativa, que teve o apoio do Ver. Haroldo de Souza. Saúdo o Ver. Reginaldo Pujol, em especial, porque, quando Prefeito, mandei o Ver. Reginaldo Pujol a Tóquio torcer por mim. Quando ele voltou, recepcionei o Grêmio, como Prefeito. Portanto, sou o único Prefeito de Porto Alegre campeão do mundo. (Palmas.)

Para não esquecer de nenhum ex-Presidente, quero saudar a todos que dirigiram o nosso maravilhoso Grêmio, que vai fazer cem anos dentro em breve, na pessoa do seu patrono, nunca esquecido, Fernando Kroeff.

A minha última homenagem, muito carinhosa, é à torcida do Grêmio, porque esta é a razão de todas as nossas glórias. Saúde e paz! Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra e falará em nome do PTB.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Sr. Presidente Fernando Záchia, primeiro, quero cumprimentá-lo, pela grandeza de presidir esta solenidade do Grêmio. Eu, que realizo todos os meus sonhos, graças a Deus, um dia estarei aqui para falar também do seu Internacional, com certeza.

Escrevi o meu discurso, porque não estou ainda na minha seara. Quero ser no amanhã o homem que ontem fui, na Colômbia, no Olímpico, em Tóquio, cheio de alegria, cheio de felicidade e com muito pulmão - apesar do cigarro, viu Dênis -, para continuar dividindo com a grande nação gremista os feitos deste Clube que nasceu para ser grande, para conquistar títulos, para ser orgulho de um povo. Serei breve para falar do Grêmio, mesmo porque do Grêmio não se fala. Encantamo-nos com ele. Encantamo-nos com as coisas gostosas que este clube nos proporciona. É bom demais, ao andarmos por este mundo, e em todos os lugares, distinguirmos entre a torcida, e não importa que torcida, alguém ostentando a gloriosa camiseta deste Clube “copero”. Foi assim, recentemente, na Cidade de Manizales, na Colômbia. Em meio a minha tristeza, porque o Brasil estava perdendo o jogo - estava 1 x 0 para Honduras –, vislumbrei, em meio à torcida colombiana, uma moça com a camiseta do Grêmio. Pensei lá comigo e disse no microfone: “Que força poderosa tem esse Clube lá do Bairro da Azenha, que aqui nos altos dos 2.140m desta cidadezinha de Manizales, no interior colombiano, a camiseta do Grêmio está no corpo de uma colombiana que nem sabe direito onde fica Porto Alegre!”

Falar do Grêmio é falar de Airton Ferreira da Silva, é falar de Raul, é falar de Alcindo Marta, o grande Alcindo, é falar de Joãozinho, é falar de Hélio Dourado, que, eu, por conta própria, já estou homenageando quando digo: “Aqui no Estádio Olímpico monumental Hélio Dourado” - grande Hélio Dourado! -; Flávio Obino, essa bandeira Oly Facchin, o campeoníssimo Fábio Koff, Denis Abraão, o meu irmão de fé, grande parceiro; José Otávio Germano, que é um revelação como dirigente de futebol, ele que é uma transparência em dignidade política.

Falar de Grêmio é falar de Germano Bonow, essa dignidade política, em quem me espelho na minha nova atividade. Falar de Grêmio é falar da Keka, falar de Grêmio é falar da Almerinda, é falar do saudoso Foguinho, é falar de Luís de Carvalho. Falar do Grêmio é cair no lugar-comum, e feliz daquele que diz que “o Grêmio é o Grêmio porque é o Grêmio, pô!”. O Grêmio, que, um dia, saiu das cinzas de uma divisão inferior do futebol brasileiro – e eu fui testemunha dessa vida, desse calvário gremista – para sua volta à Divisão Especial do futebol do Brasil. Das cinzas renasceu para ser Campeão do Mundo, título tão cobiçado, buscado por todos, mas conseguido por tão poucos. O Grêmio forma no time seleto dos campeões do mundo, e não adianta inventarem outros campeonatos. A tradição diz que é preciso dar a volta ao mundo para patentear esse que é o título máximo do futebol que se pratica no planeta Terra.

Cumprimento, mais uma vez, o meu particular amigo, Ver. Reginaldo Pujol, que, pedindo esta homenagem ao campeoníssimo Grêmio, antes de homenagear o seu Grêmio, está fazendo justiça em reconhecer publicamente que o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense é um orgulho para todos nós que aprendemos as coisas do nosso Rio Grande do Sul, Rio Grande do Sul amado por este forasteiro que aqui chegou há vinte e oito anos e que, por força do futebol, aprendeu a amar esta terra e sua gente, este Rio Grande que alguns debilóides teimam em afirmar que é preciso ser separado em dois, cortado ao meio, dois Rio Grandes, como se a conquista deste chão não tivesse sido feita com o sangue e o suor de todos os gaúchos e gaúchas de todas as querências e que se podemos fazer alguma coisa por dois Rio Grande do Sul que façamos por esta terra no seu todo, de um Estado que sabe o quer, para onde vai e o que é preciso ser feito para que continuemos com esse orgulho de gaúcho, um orgulho diferente que brota no fundo do peito e que explode na batida do coração.

Cumprimentos a você, Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, na figura do seu Presidente José Alberto Guerreiro, guerreiro como é o seu Grêmio, guerreiro como é o seu torcedor, guerreiros como são todos aqueles que um dia descobriram que amar este Clube é tão sublime que transcende o simples ato de ser torcedor de um time de futebol, mas de amar e respeitar uma entidade que, indiscutivelmente, é um pedaço muito forte desse gigantesco orgulho que temos por viver nesse chão que nos deu esta entidade ou simplesmente o Grêmio, o novo campeão dos campeões do futebol do Brasil.

Eu não posso, tendo uma “latinha” à frente, não projetar o futuro. Tenho sonhos e como eu sonho. Sonho com o Luiz Felipe Scolari sendo campeão do mundo em Tóquio, mas sonho também, meu querido Ruy Cristini que está lá em cima, meu irmão de fé, um dos grandes homens que empunha sempre a bandeira do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense e, por isso, eu vou com a permissão de vocês: (Narra partida de futebol.) “A bola é dominada por Danrlei embaixo do gol, aqui, Tóquio, estádio Olímpico, 10 de dezembro de 2002. Por todos os recantos do País, Brasil, nas favelas e nas mansões tremulam as bandeiras tricolores. Sai pelo jogo Danrlei entregando para Anderson Lima; recolhe pela lateral-direita. Está subindo para o campo de ataque a máquina tricolor; rolada a bola para Zinho, dominou Zinho, Zinho entregou para Luís Mário; Luís Mário para Tinga que invade a grande área. Vai marcar, disparou... Goool!!! Grêeemioo!! Tinga! O homem da camisa 7, nesse 10 de dezembro de 2002, aqui do outro lado do mundo, no estádio Olímpico de Tóquio, Grêmio, com a raça da torcida jovem e da garra tricolor, está-se sagrando o grande Bicampeão Mundial de Futebol.” Grande Grêmio, um abraço. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra e falará pelo o PSB.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Queremos parabenizar, primeiramente, o Ver. Reginaldo Pujol por propor a esta Casa esta Sessão Solene, que foi bastante discutida com a divisão e o apoio do Ver. Haroldo de Souza. E hoje é motivo de júbilo para todos nós poder reverenciar o tetracampeonato do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense. E quem fala aqui não é um gremista, é um colorado, mas queremos parabenizá-los.

Confesso, Guerreiro, que naquele jogo contra o Corinthians, vendo a maravilha do time do Grêmio, eu parecia que via o meu time de 1975, 1976. Tive ciúme e torci a favor do Grêmio. Agora, vou confessar para vocês: é difícil, porque depois do jogo o meu telefone não parava, começando, primeiramente, com a minha mãe dizendo: “Viu, meu filho? Mais uma vez, ganhamos”.

Mas o desporto faz isso, e a minha vida toda foi em cima disso, pela minha origem, a minha profissão, sou professor de Educação Física. Então, sabemos, como ninguém, esta vazão e esta reação que o desporto favorece e facilita, a emoção do jogo, a emoção do lúdico, a simbologia que nutre as pessoas e que leva no seu dia-a-dia.

Eu quero aproveitar a oportunidade, e vários já citaram inúmeros dirigentes, e o dirigente que vou saudar já foi citado, para dedicar esta fala a uma pessoa que muito me orgulha e com quem muito aprendi como diretor e dirigente desportivo, que é o Dr. Hélio Dourado, uma pessoa com quem tive a oportunidade de trabalhar. É o único colorado da equipe, mas aprendi a reconhecê-lo, e hoje tenho a grata satisfação de chamá-lo de meu irmão.

Quero também parabenizar um ex-atleta, pois hoje estou na política graças a ele: João Severiano, que num determinado momento, quando eu nem pensava em concorrer, ele dizia: “Garcia vai, porque chegou a tua vez”. Aprendi muito com o Joãozinho, que é uma pessoa simples que fica na dele. Saúdo o Prof. Tite, cuja palestra ouvi recentemente na FEDERASUL, e lá, no meio do empresariado, e não no meio dos boleiros, deu um show, porque ele tem um poder de mobilização tão grande, pois fala com o coração. É por isso, Tite, que tenho a certeza de que os teus jogadores te entendem, porque tu falas como tu vives, e isso é muito importante.

Portanto, nós desejamos que cada um dos gremistas aqui presentes e os demais gremistas do Brasil curtam, e muito, este momento. E aquela narração que o Ver. Haroldo de Souza fez aqui, me antecedendo, também é o que espera este colorado. Como eu tenho ciúme de vocês! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Registramos as presenças dos Vereadores Ervino Besson e Almerindo Filho. Em nome do homenageado, Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, fará uso da palavra o seu Presidente José Alberto Guerreiro. 

 

O SR. JOSÉ ALBERTO GUERREIRO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Em primeiro lugar, eu queria registrar a grandeza do Presidente Fernando Záchia por presidir esta Sessão. (Palmas.) Sabendo como eu sei que está aqui hoje sofrendo, como eu estaria, se estivesse no seu lugar.

Ver. Reginaldo Pujol, nossos agradecimentos, do Grêmio, pela sua iniciativa junto aos seus colegas.

Ver. Haroldo de Souza, tenho certeza de que V. Ex.ª não narrou um sonho, isso é uma premonição. (Palmas.)

Ver. João Antonio Dib, eu sei do seu gremismo, eu sei da sua história dentro do Grêmio. Eu fiquei sabendo hoje da sua vinda de Caxias, porque o conheci na minha atividade profissional, como um grande Prefeito que foi desta Cidade.

Amigo João Bosco Vaz, que me chama de padrinho, mas eu não sei por que, pois eu penso que na realidade nós somos grandes amigos.

O Ver. Juarez Pinheiro fez aqui uma narrativa que me emocionou, porque relembrei momentos tão importantes da vida do nosso Clube.

O Ver. Carlos Alberto Garcia, colorado, mas não deixou de fazer a sua manifestação de porto-alegrense e de orgulhoso das coisas que o nosso Grêmio conquistou.

Hoje é um dia de agradecimentos. Já agradeci ao meu Ver. Reginaldo Pujol, e ele sabe por que eu digo “meu Vereador”. Ver. João Bosco Vaz, não te enganes, eu sempre te disse que o meu Vereador é o Reginaldo Pujol. Ele sabe por que, e se ele não for o meu Vereador, e se eu não votar nele, a minha mãe me mata.

Eu tenho um lado da família que é eleitora do Ver. João Antonio Dib e ele sabe disso.

Registro o agradecimento do Grêmio a esta Casa, por esta homenagem. Eu sabia que esta Casa jamais poderia esquecer um Clube que leva o nome desta Cidade a todos os recantos do mundo, o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense.

Agradeço ao meus companheiros de diretoria, os quais viabilizaram essa conquista, ao meu Vice-Presidente, amigo José Otávio Germano, que tem uma participação decisiva nesse título, ao meu amigo, diretor de futebol, Dr. Vallandro, companheiro desde o primeiro momento em que assumi o Clube, ao Sérgio Pegoraro, nosso Vice-Presidente; ao Dr. Jaime Eduardo, hoje conhecido no Brasil todo pela defesa intransigente que faz dos direitos do Grêmio nessa pendenga ou nessa pendência sem fim aí desse atleta do Grêmio, Ronaldinho; ao Dr. Jaime Di Marco, homem que segura a barra das finanças do Clube; ao Dr. Hélio Dourado, que nos ajuda como poucos lá no Clube; ao Dr. Martin Faria, companheiro também desde os primeiros momentos. Enfim, quero agradecer a todos que tornaram possível esta conquista. Meus agradecimentos ao Rochinha. Nunca vou-me esquecer, Rochinha. E quero que todos saibam que o Rochinha faz um trabalho anônimo que começou lá na escolinha, e eu tive a honra de levá-lo para o futebol amador do Grêmio. Os frutos todos estão sendo colhidos, Rochinha. Podes ter certeza de que o trabalho que realizas com teus companheiros está dando já os frutos e vai dar muitos mais frutos ainda para o Clube. Tite, para ti eu só quero dizer uma coisa: continua sendo o Tite, que chegou no Grêmio em janeiro, com toda aquela ansiedade de quem vem do interior, com toda aquela pureza de homem da colônia, mas que nem por isso deixou de demonstrar a sua capacidade. Sê sempre este Tite, que eu tenho toda a certeza de que vais chegar aos lugares mais altos, vais chegar àquele sonho que sempre falas na tuas palestras, acredita que vais chegar, sim. (Palmas.)

Capitão Zinho, exemplo de atleta e de homem, pessoa que eu aprendi a respeitar também fora do campo pela tua conduta. Tu mereces todos os títulos que ganhaste ao longo da tua vida. Não é de graça que a gente conquista as coisas. Pela tua conduta, pelo exemplo que eu sei que o seu Crisante deu, hoje, tu estás colhendo esses frutos. Não preciso dizer-te que continues assim, porque sempre foi esta a tua vida. Anderson, exemplo de vontade, exemplo de dedicação. Eu poderia citar todos os jogadores. Luís Mário, quantas vezes discutimos lá a tua vontade de entrar no time, soubeste esperar a tua hora. Que beleza, assim é que se faz!

Deixei de propósito, por último, o Danrlei, porque este se confunde um pouco com a história dos últimos dez anos do Grêmio. (Palmas.) Jogador de muita personalidade e, às vezes, isso – de certa forma – agride as pessoas. Não mudes, tu sempre foste um vencedor assim, continua sendo assim.

Não poderia concluir estes agradecimentos sem me lembrar de um passado – não tão distante assim – que representam aqui o Joãozinho, o Raul e o Alcindo. O Joãozinho é meu amigo de longa data, meu vizinho lá da empresa, me visita no mínimo uma vez por mês para me contar as histórias do seu tempo de futebol. O Raul, mais recente, mais jovem, mas nem por isso menos importante. Deixei para o fim o Alcindo, que foi o grande ídolo da minha infância, e eu disse isso diversas vezes a ele. O Bugre xucro, o homem que decidia a maioria dos gre-nais da nossa época. Muito obrigado, também, a vocês, pelo que fizeram pelo Grêmio, pelas glórias, pois vocês ajudaram a enriquecer a sala de troféus lá da minha querida amiga dona Ema.

Por fim, Presidente, eu queria deixar aqui, em nome de 60% da população do Estado do Rio Grande do Sul, o nosso agradecimento a esta Casa por esta homenagem. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

(O Sr. José Alberto Guerreiro entrega os presentes que trouxe ao Ver. Fernando Záchia e ao Ver. Reginaldo Pujol.) (Palmas.)

 

O SR. JOSÉ ALBERTO GUERREIRO: Eu sei que o Presidente é colorado, mas, certamente, ele tem um eleitor gremista.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Este Presidente, além de eleitores gremistas, certamente tem amigos do coração.

A seguir, ouviremos, interpretado pela cantora Fátima Gimenez, o Hino do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense.

 

A SRA. FÁTIMA GIMENEZ: Nós, neste momento, prestaremos uma homenagem à Sr.ª Adiles Guerreiro, em nome da Câmara de Vereadores e também em nome das mulheres gremistas. Convido a Sr.ª Regina Pujol para fazer a entrega das flores à Sr.ª Adiles Guerreiro.

 

(A Sr.ª Regina Pujol procede à entrega das flores à Sr.ª Adiles Guerreiro.) (Palmas.)

 

(A Sr.ª Fátima Gimenez interpreta o Hino do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense.) (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Agora ouviremos a Sr.ª Fátima Gimenez cantar o Hino Rio-Grandense.

               

(Sr.ª Fátima Gimenez interpreta o Hino Rio-Grandense.) (Palmas.)

 

Este Presidente que, com muito orgulho, é colorado, sente-se honrado em presidir esta Sessão em que a Câmara Municipal homenageia uma das instituições mais caras e mais ricas da história do futebol brasileiro.

Agradecemos aos senhores e às senhoras pela presença e damos por encerrada esta Sessão Solene. (Palmas.)

 

(Encerra-se a Sessão às 20h37min.)

 

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